Confesso que fiquei com um pé atrás em relação "A força do querer" de autoria de Gloria Perez depois das medíocres "América" e "Caminhos das Índias" e a chatérrima e confusa " Salve Jorge" . Porém apesar de várias barrigas(cenas desnecessárias como as feitas com os personagens na gafieira Estundantina ou alguns diálogos chatos) e erros de lógica ( como a gravidez da Ivana e a homérica viagem de Bibi de um lugar do Nordeste ao Rio de Janeiro de taxi) a novela foi divertida e com temas interessantes. que quebraram tabus como a transsexualidade, a forma de amor e o vício do jogo.
A novela também reforçou o fim de vilão e mocinho. As protagonistas tinham seu lado bom e ruim fazendo com que se tornem pessoas reais que você vê no dia a dia.Quem não teve uma mulher jovem com mente fraca como Ritinha que gosta de atrair homem para sentir desejada?Ou uma mulher que namora um traficante ou miliciano para ter luxo e poder? Ou machistas como Ruy e grosseirões alienado como Zeca?
Não sou muito fã do merchandising social exagerado de Glória Perez na novela,mas ela acaba funcionando e chamando atenção das pessoas como a transsexualidade de Ivana e o amor bandido de Bibi Perigosa.
E a novela consagrou Ísis Valverde como a melhor atriz dessa novela.Simplesmente ela incorpora qualquer personagem que ela atua. E mostrou que a escalação ruim de ator funciona como um papel na medida para Fiuk que fazia um jovem mimado e confuso.
Muitos reclamaram da atuação de Fiuk,porém achei acertada devido que o personagem necessitava da atuação limitada de Fiuk, assim também com a milésima atuação de homem machão de Humberto Martins, do homem galã de Rodrigo Lombardi e da mulher bonita e fogosa de Juliana Paes.
E Paola Oliveira fez seu melhor papel na novela, sem fazer caras e bocas.Tanto que ninguém falou da bunda dela.
Glória Perez voltou a se torar aquele tipo de escritora que ficamos curioso de ver o que ela vai fazer de novo. E não me surpreendeu que ela tenha sido a escritora medalhão vinda dos anos 89 não tenha fracassado pelo simples fato de saber o que o povo quer.
